No Brasil, diversos segmentos da sociedade planejam o pós-pandemia

As inovações impactam desde os hábitos de consumo da sociedade até as ações mais simples e cotidianas da vida pessoal e de trabalho

Por Ana Paula Cardoso da Silva

Foto: Luis Alvarez / Divulgação: Getty Images

Neste momento, a vida nas grandes cidades do país tem voltado aos ares da “normalidade” com a retomada de alguns trabalhos presencialmente e a movimentação de espaços físicos de diversos segmentos. Ainda assim, retornar ao antigo normal pode trazer as pessoas a sensação de medo e a necessidade de adaptações, com novas dinâmicas de higiene, distanciamento social e outras mudanças.

Silvia Marinho, CEO da empresa In House Contact Center Technology, empresa responsável por intermediar a relação entre marca e consumidor, deixa claro que não sente saudades do presencial. “Acho importante, mas neste exato momento, a cada três meses. Porque hoje você é mais produtivo no home office, as reuniões são mais rápidas, você entra para falar sobre aquele assunto e pronto”, defende ela. 

Segundo ela, a ideia é permanecer no home office, entretanto, algumas pessoas da equipe já retomaram presencialmente na empresa, por não terem se adaptado positivamente ao formato digital. “Realizamos uma pesquisa, e todos que disseram estar se sentindo mal [em home office], voltaram para a empresa, com todo o distanciamento, com toda a segurança. Mas quem está se sentindo bem [em home office] e não está tendo problemas com internet ou algum outro fator continua trabalhando em casa”, explica Silvia. 

Foto: Arquivo Pessoal

“Procuramos higienizar os sapatos, o uso da máscara é obrigatório, entregamos viseiras, realizamos medição de temperatura e seguimos as regras de distanciamento social”, relata.

Todos os contratos com seus clientes são presenciais, apesar disso, ela está renegociando-os para que possam manter o home office. Caso eles concordem com essa modalidade, terão toda uma adequação e adaptação, assim como para o atendente. 

Em contrapartida, existem aqueles que aguardam ansiosamente pela aprovação da retomada de suas atividades presenciais, como é o caso do Teatro Caritas, localizado na Zona Leste de São Paulo, que se encontra fechado desde 15 de março. 

O diretor, Renan Silva, diz que o teatro pretende voltar ainda esse ano. “Estamos seguindo todos os protocolos, tanto do Ministério da Saúde, quanto do governo de São Paulo, porque precisamos voltar com os trabalhos da equipe, com os artistas que fazem apresentações no palco. Estamos modificando a estrutura para nosso retorno, só estamos esperando a aprovação do prefeito Bruno Covas”, explica ele.

Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Renan, as cadeiras do teatro apresentarão um distanciamento de 1m e 50cm. O ambiente possui capacidade para receber 500 pessoas durante os espetáculos, entretanto, enquanto a pandemia durar, eles pretendem receber apenas 238 espectadores para evitar aglomerações. Além disso, haverá um distanciamento entre artistas, tanto no palco quanto no camarim.

A limpeza e higienização de todo o ambiente do teatro será frequente, garante o diretor. “Será disponibilizado álcool em gel, uso da máscara será obrigatório, além do emprego do termômetro para medição de temperatura e tudo que o protocolo solicita para a reabertura do teatro”, finaliza Renan. 

Outro retorno importante é o das escolas. As discussões sobre a volta do ensino presencial se tornam cada vez mais frequentes, e pais e professores têm diversas opiniões sobre o assunto. 

Algumas escolas do Estado começaram a retornar de maneira gradual, como é o caso da unidade Luminova de Sorocaba, respeitando as exigências e cuidados exigidos do governo de São Paulo, segundo informações de Erica Ruiz, coordenadora da unidade Bom Retiro.

Foto/Divulgação: Escola Luminova

“Todos os que trabalham com a educação estão se reinventando nestes tempos de pandemia, buscando novas formas de executar seu trabalho e manter seus propósitos”, diz ela. 

Erica conta que, assim que o retorno presencial às aulas na capital for retomado, eles iniciarão um processo tranquilo e seguro, ou seja, seguindo as orientações. Para isso, apresentarão, desinfecção de toda a escola, medição de temperatura na entrada, limitação no número de alunos por sala, uso de máscaras obrigatório, atendimento agendado com limitação de acesso dos pais, entrada, intervalos e saídas escalonadas e o uso do tapete sanitizante Kapazi.

Sendo assim, aos poucos diversos segmentos da sociedade brasileira de adaptam e se adequam a nova rotina imposta pela pandemia do coronavírus, que mudou de maneira acentuada a vida pessoal, de entretenimento e de trabalho.