Governos pelo mundo enfrentam desafios contra o novo coronavírus
- jornal360vergueiro
- 31 de out. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de nov. de 2020
Com densidades populacionais e necessidades diferentes, Brasil, EUA e Romênia desenvolvem seus próprios recursos de apoio à população durante esse período de urgência
Por Denis Rodrigues e Leone Ferreira

Imagem de icsilviu
SÃO PAULO
Em meio à uma pandemia, novos desafios são enfrentados todos os dias, governos adotam medidas específicas na batalha contra o novo coronavírus. Com densidades populacionais e necessidades diferentes, Brasil, EUA e Romênia desenvolvem seus próprios recursos de apoio à população durante esse período de urgência.
Com cerca de 211 milhões de habitantes, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil enfrenta sua maior crise na saúde pública, com falta de leitos de UTI e medicamentos para tratamento dos sintomas do covid-19 em diversos estados. É o que conta Rosa Maria, enfermeira na UBS Vila Dalva, na zona leste de São Paulo: “Nosso sistema de saúde não entrou em colapso, mas chegou muito perto disso. Acompanhamos vários pacientes que vieram a óbito sem sequer receber o diagnóstico da covid". A respeito das condições de trabalho, o cenário não é muito melhor, segundo ela: "Trabalhamos durante meses sem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), muitos dos profissionais da saúde foram afastados, o que sobrecarregou o serviço para quem não apresentou sintomas, mas o SUS tem dado conta de controlar o que poderia ser muito pior se ele não existisse, por exemplo".
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 26% dos profissionais da saúde receberam diagnóstico positivo para o coronavírus até agosto deste ano. O número de casos ativos nesse mesmo período era de 900 mil apenas na capital.
O mesmo não ocorre nos EUA, que tem a terceira maior população do mundo (329 milhões de habitantes). Apesar do alto índice de mortalidade do vírus, não houve falta de remédios e equipamentos, mas a eficiência tem um preço. É o que conta Marcelo Rabelo, brasileiro que mora em New Jersey: “Existe uma lei que impede os hospitais daqui de negarem atendimento a qualquer pessoa. Não tenho convênio médico e não tenho acesso a nenhum benefício do governo, por isso, tenho uma dívida de quase 500 dólares (equivalente a 2.700 reais) de quando precisei de atendimento em março, logo no início da pandemia.” Com mais de 8 milhões de infectados, o presidente Donald Trump segue insistindo que a doença não é tão séria quanto a imprensa diz.
A população americana tem aderido às medidas impostas nos estados e sugeridas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Voltei a trabalhar não muito depois da quarentena começar, então passei a fazer novamente meu trajeto de duas horas diárias até Nova York e reparei que, no começo, as pessoas compravam o discurso do presidente. Andavam sem máscara e não mantinham o distanciamento, mas o número de infectados e de mortos aumentou muito rápido. Até as expressões nos rostos mudaram. Agora vejo todo mundo protegido e seguro longe um do outro”, comenta Marcelo.
Situação não muito parecida ocorre na Romênia, onde a estudante do último ano do ensino médio Alexandra Dragu mora. O país possui sistema público de saúde e tem feito uma boa administração dos recursos para atender a população. “Pude me mudar com minha família para um lugar afastado da cidade no interior, no início da quarentena, e fomos aconselhados pelo governo a fazer isso. Desde então só saímos para o necessário”, conta. Ao contrário dos EUA e do Brasil, a maior parte dos negacionistas em Bucareste está entre os jornalistas “É comum ver piadas sobre a gravidade da doença em programas de TV e rádio”, diz Alexandra.
O país realizou eleições municipais no dia 27 de setembro com distanciamento social, mas o uso de máscaras não era visto em grande escala nas ruas pelos eleitores. A Romênia possui 19 milhões de habitantes e está entre os dez países com mais casos confirmados na Europa, à frente de Portugal, Polónia, Grécia e Suíça.
Enquanto ultrapassa a marca de 5,44 milhões de infectados, e após várias trocas de ministros, o contágio no Brasil continua intenso. Com a reabertura do comércio, a taxa móvel está em 465 mortos diários, mas esse período sombrio está longe de acabar.
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