Eleições 2020: Confira as estratégias de campanha dos candidatos à Prefeitura de São Paulo
- jornal360vergueiro
- 4 de nov. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de nov. de 2020
Para conquistar o público candidatos abusaram da imaginação
Por Beatriz Andrade

Foto: Sérgio Lima/Poder 360
SÃO PAULO
As eleições municipais de São Paulo foram marcadas pela pandemia da covid-19 e, por conta disso, os candidatos tiveram que abusar da imaginação para traçar novas estratégias e conquistar o eleitorado. Mesmo com pouco tempo na TV e espaço limitado para desenvolver o marketing, eles criaram estratégias para transmitir as suas promessas e intenções.
Confira abaixo as estratégias usadas por quatro dos principais candidatos à Prefeitura de São Paulo:
Guilherme Boulos
Candidato pelo PSOL, Guilherme Boulos usou como estratégia as lives, chegando a ser o candidato com mais de 42% de interação nas redes sociais, segundo a Folha de S.Paulo. Seu canal no Youtube para fazer a campanha e o gesto de subir em caixotes no centro da cidade para falar com o público e ter o famoso contato olho no olho, de acordo com o jornal, foi o diferencial. Para atacar os principais concorrentes, Boulos associou Russomanno ao bolsonarismo.
Na análise do psolista na época das eleições as propostas do candidato do Republicanos eram incoerentes.
"Por exemplo: Celso Russomano está propondo isso [o auxílio] agora e votou contra a permanência do Auxílio Emergencial federal, votou para baixar de R$ 600 para R$ 300 quando deputado, é hipocrisia, incoerência", protestou em entrevista ao SBT.
Celso Russomanno
Russomanno usou o apoio presidencial de Jair Bolsonaro para conquistar a ala bolsonarista. Segundo ele, era justamente essa relação que faria com que a cidade fosse atendida financeiramente pelo governo federal.
Outra estratégia usada pelo candidato foi prometer a criação de um “auxílio emergencial paulistano”, que seria pago a quem recebe o auxílio emergencial.
"Estamos estudando um auxílio paulistano, que seria um complemento ao que o governo federal está fazendo. Agora, com muito critério para saber de onde a gente vai tirar dinheiro para que o município continue investindo e continue com suas atribuições que são importantíssimas, transporte, coleta de lixo, iluminação e todas as outras coisas." Afirmou o parlamentar ao fazer seu discurso eleitoral.
Essa ajuda serviria como uma forma de renegociação da dívida da cidade de São Paulo, de acordo com o candidato. Porém, o problema é que o débito da capital já foi renegociado na gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) e continua sendo pago em dia pela gestão Bruno Covas (PSDB).
Diferente dos demais concorrentes, nos debates Russomanno preferiu não criticar seus oponentes e em vez disso conversar com seu eleitorado.
Bruno Covas
Covas usou como principal estratégia uma lista grandiosa de obras, como a entrega de 70 mil unidades habitacionais e 12 novos CEUs, além de corredores de ônibus e duplicação de avenidas.
Os tradicionais recursos de campanha também foram usados, por exemplo, para destacar os principais resultados de sua gestão.
Covas também utilizou sua administração contra a Covid-19 para promover sua imagem, como por exemplo, quando visitou a cozinha de um comerciante que fazia marmitas para à população de rua, o tucano fez questão de destacar que essas pessoas não sofreram um impacto maior com a crise sanitária, por conta de sua gestão:
"Além da ampliação dos abrigos municipais, específicos, como o de idosos, a gente teve que reforçar a atuação da Prefeitura seja pela crise econômica, 175 mil pessoas perderam carteira assinada entre os meses de março, abril e maio na cidade de São Paulo, seja porque várias entidades deixaram de fazer na região Central. Não vamos deixar ninguém passando necessidade num momento como esse" ressaltou Covas.
Márcio França
Márcio França usou como estratégia uma série de parcerias para aumentar a oferta de banheiros públicos pela cidade, ele também chegou a declarar que caso fosse eleito não permitiria ocupações irregulares pela cidade.
Durante uma visita ao córrego Zavuvus, na Zona Sul, o candidato se comprometeu a resolver a questão da habitação da cidade com lotes urbanizados e prédios abandonados no Centro de SP, a ideia dele era fazer com que as construções virassem moradia popular em um eventual governo dele na capital.
"Vamos consertar tudo o que tem aqui, mas ninguém vai entrar mais. Não vai ter mais nenhuma ocupação em lugar nenhum, a não ser aquelas que a prefeitura fizer com lote urbanizado", afirmou o candidato na época.
O ex-governador paulista usufruía de sua tática para desenvolver linhas de empréstimo sem juros para microempreendedores como “palanque eleitoral”. Em debates França rebatia as críticas dos adversários usando o humor.
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