Telemedicina é regulamentada e divide opinião entre os profissionais de saúde
- jornal360vergueiro
- 6 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de nov. de 2020
Para alguns, prática veio facilitar a vida das pessoas, para outros, ela é limitada pelo distanciamento
Por Gabriel Almeida e Gabriel Bonfante

Foto: Acoplan, Jornal da Saúde
Tempos de crise têm, historicamente, revelado as grandezas do avanço tecnológico humano. O que é quase um axioma no dito popular, parece ser verdadeiro quando olhamos para a medicina em meio ao período em que vivemos – a pandemia do novo coronavírus. Problemas como aglomerações em unidades de saúde, expondo pacientes a fatores contagiantes; ou mesmo a automedicação, que pode levar à intoxicação e, eventualmente, à morte, são adversidades que a telemedicina e o teleatendimento parecem oferecer soluções eficientes neste momento. Regulamentada no Brasil desde março desse ano, sobretudo devido à necessidade atual, a prática divide a opinião entre os profissionais do setor.
Lucimara Moura, 53 anos, enfermeira mestranda pela Uniceumar, no Paraná, especialista em Educação em Saúde, Saúde da família e Saúde coletiva, acredita que, de fato a crise colaborou para o avanço dos processos e da regulamentação dos serviços de atendimento médico a distância. “A pandemia traz uma revisão desses processos de trabalho e uma autenticidade ao teleatendimento, porque, até então, não tínhamos legislação”, diz. Para ela, embora existam certos procedimentos que não poderão mudar, suas perspectivas são positivas. “Acredito que essas plataformas de teleatendimento ajudam na agilidade dos serviços.” A enfermeira ainda afirma que “o teleatendimento e a telemedicina são, hoje, um novo formato de atendimento que, cada vez mais, irá se enraizar nos processos de trabalho dos profissionais da saúde”. Lucimara acredita que eles são meios que facilitam muito e melhoram a relação da eficiência e da eficácia do diagnóstico.
Luana Desiree, 22 anos, é estudante de Engenharia Mecânica pela UFSC e desenvolvedora do ‘é Corona?’, uma plataforma de teleatendimento online. Para ela, a grande vantagem de um atendimento a distância é simples: “Ser atendido de sua casa, sem precisar se locomover e poder ficar na segurança do próprio lar é, com toda a certeza, um ponto positivo da telemedicina”.
Por outro lado, Everton Rocha, 26 anos e estudante no último ano de medicina na Universidade Estadual de Londrina (UEL) lembra que há limitações muito grandes na telemedicina. “Medicina é baseada no contato humano. Conversar, ver e examinar. Colocar cem por cento de confiança na história do paciente, sem o exame físico, é uma das limitações. O exame físico é fundamental para se chegar a uma conclusão diagnóstica”. “Para ter clínica médica em excelência, o exame físico é indispensável”, destaca.
Everton ainda afirma que a telemedicina é “interessante, porém incompleta”, no entanto reconhece sua importância para o atual cenário global. “O momento específico que vivemos, a pandemia, torna necessário acharmos um caminho e uma estratégia para driblar e bater de frente com as dificuldades que emergem neste período. A telemedicina é um passo importante”, conclui o estudante.
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