Hotéis lutam para se manter funcionando em meio à pandemia
- jornal360vergueiro
- 4 de nov. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de nov. de 2020
Ao mesmo tempo que procura se recuperar, setor tem de se adaptar às medidas de segurança impostas pela vigilância sanitária
Por Vitória Souza e Nayara Garcia
A pandemia do coronavírus causou diversas perdas no turismo mundial. Segundo a OMT (Organização Mundial do Turismo), o mundo perdeu em média US$ 460 bilhões em receita. Com isso, desde pequenos empresários a grandes corporações do setor sofreram uma drástica redução no lucro e na demanda.
Atualmente, as empresas que atuam na área tentam voltar à normalidade. Entretanto, para isso ocorrer, várias medidas de segurança sanitárias estão sendo tomadas para a proteção dos turistas e funcionários. O Governo Federal criou um selo de segurança para hospedagens, restaurantes, comércios, entre outros, a fim de que o atendimento ao público seja seguro, chamado “Selo Responsável”.
Para obter o selo, a empresa deve se comprometer a seguir uma série de medidas sanitárias, como a presença de álcool 70% em diversas áreas do estabelecimento e a desinfecção de hospedagens após o uso.
Apesar de tais medidas, diversas empresas estão enfrentando dificuldades para se adaptar. É perceptível uma divergência ainda maior quando relacionamos as pequenas e as grandes corporações.
O Hotel Glória, localizado em Olímpia, no interior do estado de São Paulo, vem sofrendo com a falta de hóspedes, e o grande investimento que fez foi para providenciar rapidamente as novas medidas de segurança. “Eu só pensava em como iria pagar as contas e manter os funcionários”, relata Neusa Elena de Oliveira, a proprietária do hotel.

Foto de: Neusa Elena de Oliveira
A diminuição no quadro de funcionários ocorreu nesse cenário. Antes da pandemia, havia cinco funcionários trabalhando e agora só restam três. Ela só conseguiu manter os outros com o benefício da Medida Provisória número 936/20, que autoriza os empregadores a reduzir salários e jornadas (por até 90 dias) ou suspender contratos de trabalho, sem que o empregado perca o direito à estabilidade salarial.
Já os clientes do hotel procuram um estabelecimento seguro para aproveitar os parques da região. A partir daí, os administradores do hotel começaram a se planejar para que ele pudesse voltar a funcionar o mais rápido possível, adaptando-se a todas as medidas de segurança necessárias.
Entre elas, estão: oferta constante de álcool gel, usar continuamente a máscara em todas as áreas sociais, medir a temperatura dos hospedes na entrada, colocar faixas de distanciamento nas dependências comuns e organizar um novo método para servir o café da manhã, que antes era self-service. Agora, os hospedes fazem os pedidos e os cozinheiros irão servi-los com o uso de luvas, para evitar contato direto com a comida.
Natália Canato, coordenadora de treinamento de recursos humanos da rede de hotéis Accor, cita alguns protocolos desenvolvidos: “Nós temos uma série de dezesseis pontos que englobam todos os departamentos dos hotéis. Além dos usos básicos, como uso de máscara e álcool em gel por toda parte, estamos minimizando a decoração, assim todos os itens que não são necessários foram retirados. Também estabelecemos como deve ser a limpeza, quais alimentos e bebidas podem ser servidos, a disposição do restaurante, como fazer o room service, entre outros tópicos essenciais, que se destrincham em diversas ações que estão sendo tomadas por todos os departamentos".
Essas medidas específicas são parte de um selo de segurança criado para abranger mundialmente toda a rede. “Sentimos a necessidade de criar um comitê All safe, então temos algumas pessoas que estão sempre atualizando nosso manual de procedimento, porque os termos se modificam com o tempo", afirma Natália.
Atualmente, a expectativa de crescimento do número de turistas é maior em áreas litorâneas, já nas capitais, o público não deve aumentar em razão do perfil dos clientes. Assim, comenta Natália, "a ocupação é de 10 a 20% do que é permitido na semana, e nos fins de semana, em locais de lazer a ocupação é de 50 a 60%. Em outras regiões como São Paulo capital, cuja maior parte do nosso público é de negócios e eventos, alguns hotéis focados em negócios e eventos estão fechados, pois não têm demanda".
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